
O comércio eletrônico brasileiro deu um salto gigantesco de uns anos para cá, mas como todas as modalidades comerciais, não pode estacionar para não perder competitividade. Infelizmente, mesmo com os bons números apresentados – há lojas com faturamento aproximado de R$ 40 bilhões anuais, a falta de profissionais qualificados ainda é um problema.
Os postos de trabalho nessa área só aumentam, mas arriscar contratar pessoas que não entendam da área pode ser um tiro no pé para o empreendedor. Vamos então a um panorama da área, procurando entender como achar mão de obra qualificada para seu e-commerce.
Números de mão de obra para e-commerce
Os números mostram a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada para o setor de e-commerce. Em 2011, um levantamento apontou que dos 63% das empresas que contrataram profissionais num período de 6 meses, 79% desse total reportaram que os candidatos para as vagas não estavam aptos para preencherem a vaga. Um número bastante alto se levarmos em conta que a cada dia o comércio depende mais desse setor.
O serviço de loja virtual tem crescido assustadoramente e problemas com eventos de grande porte que se apoiam em e-commerce têm sido notificados também em grande escala. O mais recente é a Black Friday, que ainda apresenta instabilidade em plataformas e até falta de treinamento de profissionais responsáveis por fazer o evento funcionar, causando transtornos aos compradores e sujando a imagem de lojas famosas.
Como encontrar essa mão-de-obra?
1) Saiba que tipo de profissional procurar
Faça um organograma com as especificações descritas de cada função que cada membro da equipe a ser formada deverá exercer, facilitando assim a busca por profissionais mais completos e que tenham o perfil esperado. Especifique as características pessoais importantes a serem garimpadas no mercado. Valorize itens como:
- Capacidade analítica;
- Flexibilidade;
- Criatividade;
- Visão sistêmica;
- Gestão do tempo.
2) Saiba como divulgar as vagas
Não adianta pescar peixe grande com varinha de bambu. Assim como não adianta divulgar vagas de e-commerce em jornais impressos ou mídias fracas. Quer um bom profissional? Use a “isca” certa. Redes sociais, fóruns especializados e mídias de grande acesso, mas de boa qualidade. Assim já estará filtrando muitas pessoas que não estejam antenadas no tipo de serviço.
3) Priorize profissionais com habilidades múltiplas
Uma solução para amenizar esse tipo de problema é procurar por profissionais que possuam conhecimento multidisciplinar, ou seja, que conheçam diversas tecnologias e estejam habilitados para trabalhar com vendas, por exemplo. Há muitos cursos em faculdades (inclusive ministrados por faculdades cooperativas) que estão focando um tipo de formação mais abrangente para a área, mas ainda assim é bastante difícil encontrar qualificação nos recém-formados. Fica realmente difícil para uma pequena empresa competir com grandes lojas sem ter profissionais com qualificação que atenda às demandas.
4) Invista na prata da casa e na busca interna de talentos
Muitas empresas estão começando a optar pela educação caseira, ou seja, formar seus próprios profissionais, criando assim uma maior identidade com a empresa e focando nas necessidades específicas do segmento. Algumas outras contratam agências especializadas em e-commerce para prestar serviços ou assessoria, identificando potenciais e gerindo as alternativas disponíveis.
5) Crie um ambiente atrativo para os potenciais contratados
É visível que e-commerce é um mercado muito concorrido e, geralmente, um entrevistado de qualidade será disputado por muitas empresas. Desde o anúncio das vagas, até na sala de entrevista e no processo seletivo, enfatize mesmo que subjetivamente o quanto esse candidato estará sendo valorizado e, o quão agradável é o local de trabalho que terá numa futura contratação. Ambientação no trabalho é tão importante quanto o salário, para muitos. É importante que seja tudo transparente, sem fingimentos, pois um entrevistado procurará saber por meio de funcionários que já trabalham na empresa, o quanto é real a “maravilha” que ele ouviu sobre o local.
Google Office
6) Crie política de recompensa de méritos
A meritocracia permite um jogo de mão dupla, em que o funcionário recebe por produção e a empresa ganha com um funcionário motivado a fazer cada vez mais. Deixe regras claras para que todos saibam o porquê de cada esforço e recompensa e, já na entrevista ou divulgação de vagas coloque esses pontos como um chamariz.
7) Estabeleça filtros na contratação
Mesmo que os profissionais tenham uma postura proativa, analise bem se essa empolgação vem acompanhada de capacitação e potencial de progresso. Não adianta só ele querer trabalhar, mas precisa ser alguém apto e que tenha uma mente aberta para mais conhecimento e atualização. Faça testes que detectem realmente quem é capacitado e que retenham quem é só bom em retórica. Afinal, falar que sabe fazer tudo qualquer um pode falar, mas em uma situação emergencial, a empresa pode estar dependendo de um contador de vantagens.
Mantendo o funcionário de e-commerce na empresa
É necessário também que a empresa tenha uma política de promoção e valorização dos profissionais treinados para que eles permaneçam na empresa que os formou. Do contrário, acontecerá como nos times de futebol, que formam um jogador, valorizam seu passe e o perdem para clubes que pagam mais. Inclusive, é um mercado em que não se pode pechinchar muito o salário do funcionário, pois muito rapidamente ele será contratado por outra empresa que usará a expertise adquirida para benefício de seus setores.
É importante que os empresários deixem claro a necessidade de os profissionais treinados serem responsáveis pelo crescimento da empresa, havendo uma política clara e honesta de recompensas e promoções, para que assim possam vestir a camisa e trabalharem em time, movidos pela gratidão por serem valorizados.
Estamos na era em que nem só o cliente precisa estar satisfeito, mas também os funcionários que colocam o empreendimento para funcionar. Ser exigente nos padrões de treinamento e contratação pode ser até mais demorado, mas garante melhores condições de competitividade em um mundo cada vez mais dependente do comércio online.
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